terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A viagem

Saímos de Leixões com destino a Ponta Delgada, era nossa viagem de rotina. Íamos tentar chegar no domingo antes das 24:00 para termos entrada e passarmos uma noite descansada em porto.
O tempo trocou-nos as voltas, o mar alterou-se e o navio atrasou para as 02:00 de segunda feira. Nada de especial, o mar até nem estava muito desconfortavel.
Só que para surpresa nossa era esperada uma grande tempestade que iria passar por S.Miguel e eles disseram que não nos queriam no cais pois as vagas de oito metros ultrapassariam a muralha e o navio não se aguentaria ao cais. Treta, eu já lá estive numa tempestade em 2011 e o navio aguentou-se, apenas um necessitou de ajuda pois levou com uns contentores e ía levando com uma grua em cima. O cais estando vazio podiam deixar-nos numa posição, que bem amarrados, nos aguentariamos, o mais que poderiamos ter que fazer seria arrancar com a máquina para aguentar as guinadas.
Mas era mais fácil mandarem-nos para a parte norte da ilha, para ficarmos abrigados pairando. Apanhámos porrada de três em pipa. Ahhhh, e tínhamos um contentor carregado de explosivos á proa.


E assim, nesta posição esperámos até ao pico da tempestade que foi ás 15:00 para nos mandarem embora. Era melhor irmos para a Praia da Vitória pois Ponta Delgada iria ficar fechado muito tempo.
E lá saímos. Apanhando cacetada de criar bicho.

 
Pairando no mau tempo

Mas havia um problema, só poderíamos entrar na Praia da Vitória no dia seguinte ás 10:00, não esquecer que o tempo de viagem normal é de seis horas mas como estávamos a apanhar com o pico da tempestade só conseguimos chegar ás 02:00 o que nos dá uma margem de oito horas de espera. Porreiro pá, vamos ficar a fazer piscinas até ás dez.
Querem saber qual a minha opinião? Deu muito jeito não entrarmos em Ponta Delgada pois assim passaram a tempestade em casa sem nenhum sacana de navio a chatear. Posso estar enganado mas duvido, não se deixa um navio cá fora nestas condições. Bastava ter uma falha de arranque na máquina para ficarmos á beira de uma tragédia.



A caminho da Praia da Vitória

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Uma gaivota disse: