Vésperas de Natal parados em Leixões a descarregar, íamos passar as Festas em Lisboa.
Aproveitei uma pausa para desenferrujar as pernas, necessito andar para manter isto mais ou menos funcional. Andando pelo cais vejo dois navios ali atracados de braço dado, já os conhecia, já lhes conhecia a história. Dois navios da extinta Naveiro, uma companhia que já se orgulhou de ser o maior armador português, como somos pequenos, uma companhia com 12 pequenos navio era o maior armador português.
A companhia caiu e se não morreu está moribunda com a extrema unção a ser-lhe ministrada. Só aqui em Leixões está parte da frota parada, abandonada, a apodrecer, 3 navios.
Andei por volta deles e fotografei-os, já sem pena, já sem mágoa, somos assim, um país de marinheiros...
O terceiro navio, o Coimbra está na outra extremidade do porto, não me apeteceu procurar nos meus arquivos a última foto dele deste ano, publiquei-a no Facebook, não vale a pena, este já é um assunto morto, moribundo.
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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Pedaços de vida de um marinheiro.
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Pelo menos tenho projectos. Tenho saudades da vida. De sentir vida, de me sentir vivo. Aqui morre-se lentamente, desgastamo-nos, envelhecemos. Já perdi a paciência de aturar merdas, de aturar mentes distorcidas donas da verdade, coisas parvas e parvoíces. Cada vez tento mais viver e deixar viver, exprimo a minha opinião mas não tento impô-la, tenho apenas direito a ela. Os outros acham as suas opiniões como verdade absolutas, são tão pequenos na sua tacanhez.
Estou com saudades de paixões e amores. Tenho saudades da minha mulher, a minha paixão e o meu amor eterno. Tenho saudades dos meus novos amores e novas paixões, fazem-me viver. As mulheres são muito engraçadas e muito complicadas mas é aí que reside a sua graça.
Tenho saudades das minhas netas. Tenho saudades dos meus filhos. Sinto-me só e com poucas forças para aguentar. Vou ter que me suplantar, vou ter que cerrar os dentes. Para compensar vou ter muito pouco juízo, evitando magoar quem quer que seja. Colorir umas amizades. E continua a doer-me a cabeça. O pé grita por seu lado que ali está, chato e rezingão e eu que ature isto, eu que me ature a mim mesmo.
(Extracto das minhas Crónicas)
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