sábado, 22 de outubro de 2011

Ainda não sei que título vou pôr...

Estou a navegar, estou a escrever ao correr do rato, pois, eu sou muito moderno, não escrevo ao correr da pena, isso já não se usa, é escrever ao correr do rato, eu uso a últimas técnicas informáticas para escrever, ainda não pirateei o Office 2007, uma falha minha.

Pois, continuando, estou a navegar só que agora ando na cabotagem mas, não se assustem, cabotagem não tem nada a haver com sacanagem nem ser cabotino, ando a navegar na costa. Faço fantásticas viagens de Sines para Lisboa e vice versa, ás vezes versa vice, piada bem podre...

E estou sozinho no navio, tenho mais colegas, ou camaradas se preferirem, mas na minha secção sou salazarista, orgulhosamente só. O que faz que os meus horários sejam um bocado marados mas também já não estranho, já passei por tanto nesta vida que não é uma horariozito merdoso que me vai afligir. Hoje, por exemplo, acordei com aquela sensação que faltava qualquer coisa, era apenas impressão, tinha-me deitado por volta das duas da manhã depois de uma situação de alarme e já eram seis e o meu instinto já me estava a despertar. Só estávamos a chegar a Lisboa, tinha que ir preparar a instalação para a chegada, coisa simples mas que é conveniente termos que acordar para a fazer.

Já estava na ponte, completamente bêbado de sono a dar trela aos pilotos, ah!!! é preciso dizer, não sei se já tinham reparado que eu sou um gajo das máquinas, quando pelo canto do olho vejo uma coisa a espreitar, primeiro timidamente, depois com toda a intensidade que um Sol pode ter, juro que não estou a dar graxa aos directores de O Sol, é apenas coincidência literária. Como ía dizendo o sol estava a começar a espreitar e eu ainda bêbado por uma noite mal dormida estava embevecido a olhar para ele quando me lembrei que tinha uma máquina caríssima e não estava a fazer de paparazzi a chatear o Sol. Larguei tudo que não era nada e fui a correr ao camarote apanhar a tal caríssima máquina para fotografar esse momento. Quando cheguei, meio minuto depois, sim que o navio é realmente pequeno, descobri que aquele snap de momento já tinha passado, fiquei tristíssimo pois apesar de haver mais dias este já estava perdido. mas como não sou de baixar os braços peguei na minha muito cara máquina (cara no sentido de querida) e fotografei o Sol ...



Pousei a máquina e uma lágrima escorreu cara abaixo, tive que a limpar apressadamente pois chorar num navio não é de homem, a beleza da imagem seduziu-me....
e depois acabou a magia, estávamos a chegar, o piloto entrou, atracámos e eu fui dar a minha volta, cumprimentar as cretinas das baterias pois era o dia delas...

Passaram umas horas e estou de regresso ao mar, durante o pôr-do-sol, mas não me apeteceu atraiçoar aquele momento, fiquei no camarote a escrever baboseiras no meu blog.
Ahhh!!! vamos chegar a Sines por volta da meia noite acho eu, vou ter que ficar acordado pois se me for deitar fico impróprio para consumo....
não me apetece escrever mais .... e o navio começou a balançar.

Publicado no SOL em Saturday, August 04, 2007 10:55 PM

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Uma gaivota disse: