domingo, 11 de março de 2012

O Julgamento

Hoje ao folhear o meu álbum fotográfico, vendo as velharias de há já uns anos descobri uma série que me fez sorrir.
O julgamento dos novatos que passam a 1ª vez o Equador. Diz a tradição que nesse dia um elemento da tripulação, um dos mais antigos de vista á Rei Neptuno com tridente e tudo para presidir ao julgamento dos infelizes prevaricadores.
O julgamento faz-se normalmente no convés com grande pompa e circunstancia acompanhado de muito néctar dos deuses, vulgo álcool. Os réus quando lhes é lida a sentença já estão num estado miserável depois de muitas sevícias para poderem-se declarados culpados, aliás são sempre culpados.
No fim, depois de lida a sentença é-lhes aplicado o castigo. Aqui nesta parte ás vezes o pessoal exagera um pouco e, eu pessoalmente não acho muita piada, pintar uma farta cabeleira de zarcão não tem piada. Mas enfim, o castigo é aplicado e depois de cumprido e baptizado o neófito já é veterano e acaba-se tudo nos copos. Nessa altura é entregue um diploma de passagem pelo Equador.
Os julgamentos de hoje são muito mais modernos e mais adaptados aos petroleiros de hoje, não existem, morreram, está-se a perder ou perdeu-se uma tradição que tinha uma certa piada. Por sorte neste navio ainda havia um grupo significativo de portugueses e fez-se uma brincadeira que se resumiu em aplicar a sentença e dar o tal diploma a dois praticantes que faziam a sua primeira travessia do Equador. E como a tradição já não é o que é esta cerimónia foi no mais pura tradição da nova norma de Zero Álcool, encharcámo-nos em Coca-Colas...


Início da tosquia ao praticante da máquina...


Início da tosquia ao praticante do convés...


Os dois felizes culpados de passarem a 1ª vez pelo Equador mostram orgulhosos os seus diplomas
Foram autorizados uns dias mais tarde a acertarem os cortes de cabelo....
NOTA:
Espero que os fotografados não se aborreçam por aparecer por aqui sem eu lhes ter perguntado.
Publicação no SOL no domingo, 1 de Março de 2009

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Uma gaivota disse: