O mar estava forte, lembro-me de ir com a corrente e fazer um tipo de salto de cavalo num cabeço de coral, tal era a força das ondas. Os peixes nadavam no meio da corrente esgueirando-se entre as rochas a brincarem ás escondidas comigo.
Estava a ficar farto, não apanhava nada, os desgraçados dos escamudos não paravam quietos.
Foi quando tive a ideia. E se espreitasse por um buraco? Talvez houvesse peixe lá dentro.
Localizei um bom buraco com uma boa entrada e fui espreitar. Lá dentro um peixe, tipo peixe papagaio, estava encurralado. Entrei no buraco para o apanhar melhor e o estupor foi mais para dentro.
Persegui-o até ficar todo lá dentro. O buraco era um tipo de túnel que terminava numa cúpula e eu estava todo na cúpula.
Foi quando o inesperado aconteceu. Veio um vagalhão que varreu a zona e fez-me chocalhar como se fosse um badalo de um sino. Fiquei tonto e desnorteado, entrei em pânico e quis sair levantando a pedra. Lembro-me de pensar: «Calma, senão morres!» Acalmei-me, com os pés procurei a saída e arrastei-me lá para fora.
À superfície respirei fundo e mais uma vez regressei a terra sem peixe para lamber as minhas feridas.
Tinha um corte na cabeça e outro no braço. Fiquei a descansar e a ver os outros sair com os peixes apanhados.
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Uma gaivota disse: