quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Flores

E, já cansado de tanta tristeza natalícia que até pareço um dos personagens de Dickens no Natal, o menino muito triste e muito pobrezinho que até dói, resolvi mudar de tema nos meus escritos.
Resolvi falar de flores, não tenho muito jeito e não é por causa da mania que “homem que é homem não gosta de flores”. Eu gosto muito de flores, especialmente para oferecer a uma pessoa que fica com uma alegria imensa e vai logo a correr arranjar a jarra. Eu, sou um parasita, um parasita de emoções, vou logo a correr atrás dela para beber da sua alegria e do seu amor pelas flores.
(hummmmm!!!! Acho que vou apanhar por estar a escrever isto!)
Mas voltando ao “negócio” das flores, eu até as prefiro num vaso do que em bouquet. No vaso estão vivas e eu gosto de tratar delas e vê-las crescer. A minha profissão não me permite que o faça pois durante as minhas ausências elas ficam cheias de saudades e murcham.
Em suma, não tenho jardim mas tenho uma varanda imensa que eu e a minha mulher enchemos de plantas que são tratadas carinhosamente por todos os entes da casa, excepto um, tem a mania de usar os vasos como urinol, o desgraçado do meu gato Nobita Flores (sim, é esse o seu nome).

 (as cores morreram um bocado quando passei a foto Sad)
Elas, ás vezes, muitas felizmente, tomam aspectos que são uma verdadeira maravilha para quem gosta das artes visuais, não me canso de as fotografar. Mas tenho que fazer um pequeno parêntese, a minha mulher também fotografa as flores e outros motivos, não tem tanta técnica como eu mas tem um sentido estético muito mais apurado do que eu, vejam as fotos dela no Olhares….
Eu limito-me a fotografá-las de vez em quando e até faço umas gracinhas especialmente com as nossas buganvílias…

A outra faceta de ter plantas na varanda é o facto de elas atraírem uma miríade de bicharocos interessantes, lagartos por exemplo nunca os consigo apanhar, o Lemmy (o meu outro gato) e o Nobita chegam normalmente primeiro o que faz perder a estética ao lagarto. Umas libélulas, ás vezes umas lagartas peludas que põem a minha mulher a correr toda horrorizada e, ás vezes, também caracóis.
Um deles, depois de uma corrida desenfreada pela varanda fora lá o consegui apanhar, foi estafante mas consegui.
Pu-lo num prato com uma folhinha de alface e fotografei-o.
Acabada a sessão, o caracol e eu já éramos tu cá tu lá, fiquei naquela posição, o que iria fazer com o caracol? O desgraçado iria atacar as minhas plantas e devorá-las e eu não poderia fazer-lhe mal depois do companheirismo da sessão fotográfica. Olhei para ele e os nossos olhos encontraram-se….

E depositei-o carinhosamente no quintal da minha vizinha que tinha um relvado com aspecto muito delicioso (ponto de vista caracoliano).
Estou á espera de ir para casa ver que bichos por lá rondam e que plantas novas têm nascido…

Publicado no SOL na quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007 17:29

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Uma gaivota disse: