E, já cansado de tanta tristeza natalícia que até pareço um dos personagens de Dickens no Natal, o menino muito triste e muito pobrezinho que até dói, resolvi mudar de tema nos meus escritos.
Resolvi falar de flores, não tenho muito jeito e não é por causa da mania que “homem que é homem não gosta de flores”. Eu gosto muito de flores, especialmente para oferecer a uma pessoa que fica com uma alegria imensa e vai logo a correr arranjar a jarra. Eu, sou um parasita, um parasita de emoções, vou logo a correr atrás dela para beber da sua alegria e do seu amor pelas flores.
(hummmmm!!!! Acho que vou apanhar por estar a escrever isto!)
Mas voltando ao “negócio” das flores, eu até as prefiro num vaso do que em bouquet. No vaso estão vivas e eu gosto de tratar delas e vê-las crescer. A minha profissão não me permite que o faça pois durante as minhas ausências elas ficam cheias de saudades e murcham.
Em suma, não tenho jardim mas tenho uma varanda imensa que eu e a minha mulher enchemos de plantas que são tratadas carinhosamente por todos os entes da casa, excepto um, tem a mania de usar os vasos como urinol, o desgraçado do meu gato Nobita Flores (sim, é esse o seu nome).
(as cores morreram um bocado quando passei a foto )
Elas, ás vezes, muitas felizmente, tomam aspectos que são uma verdadeira maravilha para quem gosta das artes visuais, não me canso de as fotografar. Mas tenho que fazer um pequeno parêntese, a minha mulher também fotografa as flores e outros motivos, não tem tanta técnica como eu mas tem um sentido estético muito mais apurado do que eu, vejam as fotos dela no Olhares….
Eu limito-me a fotografá-las de vez em quando e até faço umas gracinhas especialmente com as nossas buganvílias…
A outra faceta de ter plantas na varanda é o facto de elas atraírem uma miríade de bicharocos interessantes, lagartos por exemplo nunca os consigo apanhar, o Lemmy (o meu outro gato) e o Nobita chegam normalmente primeiro o que faz perder a estética ao lagarto. Umas libélulas, ás vezes umas lagartas peludas que põem a minha mulher a correr toda horrorizada e, ás vezes, também caracóis.
Um deles, depois de uma corrida desenfreada pela varanda fora lá o consegui apanhar, foi estafante mas consegui.
Pu-lo num prato com uma folhinha de alface e fotografei-o.
Acabada a sessão, o caracol e eu já éramos tu cá tu lá, fiquei naquela posição, o que iria fazer com o caracol? O desgraçado iria atacar as minhas plantas e devorá-las e eu não poderia fazer-lhe mal depois do companheirismo da sessão fotográfica. Olhei para ele e os nossos olhos encontraram-se….
E depositei-o carinhosamente no quintal da minha vizinha que tinha um relvado com aspecto muito delicioso (ponto de vista caracoliano).
Estou á espera de ir para casa ver que bichos por lá rondam e que plantas novas têm nascido…
Publicado no SOL na quarta-feira, 26 de Dezembro de 2007 17:29
Sem comentários:
Enviar um comentário
Uma gaivota disse: